Aprenda a calcular o GRIS no transporte de cargas

A proteção de carga durante o transporte de mercadorias é uma prioridade na sua empresa? Então, saiba como calcular o GRIS!
Aprenda a calcular o GRIS no transporte de cargas

A proteção de carga durante o transporte de mercadorias é uma prioridade na sua empresa? Então, saiba como calcular o GRIS!

O transporte de cargas envolve dois elementos que merecem a sua atenção: roubo de carga e custo do frete. E você sabia que ambas envolvem o GRIS? Entenda o que significa essa sigla e como calcular esse valor agregado ao frete.

O que é GRIS?

O GRIS é uma sigla para Gerenciamento de Risco, isto é, trata-se de uma taxa agregada ao frete com o foco na proteção da carga. Essa taxa, portanto, é aplicada com o intuito de cobrir as despesas que se relacionam com medidas de segurança, uma vez que são fundamentais para evitar os prejuízos com roubo de cargas.

Então, com o GRIS, é possível cobrir investimentos que diminuem a probabilidade de roubo, a exemplo da instalação de alarmes, seguro de carga e rastreadores.

Nesse sentido, é importante destacar que essa taxa é cobrada em cargas de alto valor agregado, em que há um grande risco de roubo, e alguns dos principais exemplos são os eletrônicos, eletrodomésticos, medicamentos e alimentos. Quanto mais valioso e fácil carregar é o produto, como é o caso das joias e celulares, maior é o valor dessa taxa.

Além disso, existem situações em que o GRIS não é cobrado, quando é uma carga que não é atrativa para os autores de crimes, como areia e pedra, por exemplo.

Com isso, o valor recolhido será usado para custear: seguro da carga, sistemas de rastreamento de veículos, alarmes e travas, contratação de profissionais especializados (o que inclui encargos trabalhistas), bloqueadores veiculares e demais mecanismos com capacidade de inibir a ação de assaltantes.

Por fim, saiba que os valores recolhidos por meio do GRIS não cobrem custos de outros tipos de medidas de segurança, além das citadas até o momento, como escolta e uso de veículos blindados.

Qual o “ponto de encontro” entre o GRIS e ad valorem?

O frete valor, o ad valorem é uma taxa também destinada à prevenção de possíveis prejuízos do transportador que levam à perdas, avarias, extravios e danos gerais às mercadorias.

O valor recolhido, portanto, será investido em medidas de prevenção, como seguro da carga, materiais de proteção aos produtos transportados (cantoneiras e embalagens especiais) e gerenciamento da documentação.

Há, então, um ponto de relação entre o GRIS e o ad valorem: primeiro, essa relação existe já que ambas se referem à prevenção de roubos e os dois possuem uma abrangência enorme em relação à segurança.

É importante ressaltar que o ad valorem é cobrado em razão da responsabilidade que o transportador tem pela mercadoria durante o processo de entrega, da coleta à sua finalização, e demais riscos de perda ou dano que devem ser cobertos por ele. Assim, os valores obtidos pelo ad valorem servem para cobrir esses prejuízos.

Para resumir: o Ad Valorem é uma taxa cobrada sobre o valor da nota fiscal da carga visando garantir a segurança das mercadorias, e o GRIS é um componente dessa taxa.

Como devem ser calculados o GRIS e o ad valorem?

Agora que você já sabe o que é o GRIS e ad valorem, veja como eles devem ser calculados. Primeiro lugar, tenha em mente que existem variáveis que devem ser consideradas no cálculo de ambas as taxas, veja a seguir alguns exemplos:

  • A existência de área de risco ou de difícil acesso na rota. 
  • Qual o valor agregado das mercadorias.
  • Delicadeza do item e se precisa de um manuseio diferenciado.
  • Peso do produto, pois quanto mais leve e fácil de carregar, maior a taxa.
  • Se as mercadorias possuem lote e podem ser identificadas mais fácil diante de perda ou roubo.

Com o intuito de facilitar os cálculos, a NTC & Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística criou uma tabela referencial de custos de transporte de cargas, com sugestões de alíquotas para GRIS e ad valorem.

Na tabela, encontramos a alíquota média inicial, que está entre 0,3 e 0,4% sobre a nota fiscal para o ad valorem, e de 0,3% para o GRIS, com pelo menos 3 reais por cada CTe.

No caso de uma mercadoria com valor total de R$ 5.000,00, por exemplo, levando em consideração a alíquota de 0,3% para ambas as taxas, os valores ficariam assim:

Ad valorem: R$ 5.000,00 x 0,3% = R$ 15,00

GRIS: R$ 5.000,00 x 0,3% = R$ 15,00

Quando a mercadoria possui os dois tipos de riscos (perda + roubo), a NTC recomenda que tanto o GRIS como o ad valorem sejam cobrados. No exemplo trazido acima, o valor total do exemplo seria R$ 30,00.

Percebe como esse é um cálculo simples de realizar? Claro que há uma certa complexidade, em especial, no quesito de chegar à porcentagem ideal sobre a nota fiscal em razão de todas as variáveis envolvidas, porém, o cálculo é bastante simples.

Hoje há muitas formas de simplificar a inclusão dessas taxas no valor do frete, como acontece com muitas transportadoras que estão usando softwares de gerenciamento capazes de calcular de modo automático esse custo. Claro que esses recursos modernos consideram os padrões definidos com antecedência com base nas características da carga, a rota e outros fatores.

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